Escola Secundária
Camilo Castelo Branco
Os anos “loucos” da década de 60 estavam a chegar ao fim. Decorria frenético o ano de 1969. O mês de Outubro marcava o regresso irrequieto e expectante às aulas de cerca de 150 alunos do então 1º Ciclo Liceal. Vielas acima, essa centena e meia de jovens arrastava-se algazarreiramente, sacolas às costas atulhadas de livros, de sonhos e de inquietações.
Indiferentes, por certo, à tentativa tardia de liberalização do regime salazarista, empreendida então por Marcelo Caetano, e ainda incólumes ao fervilhar revoltoso da academia coimbrã, já então contaminada pelos ideais tenazmente defendidos pelas organizações estudantis francesas, no fervilhante Maio de 68, convergiam, aos magotes, para a Primeira Secção do Liceu Nacional de Sá de Miranda de Braga, inaugurada exactamente no primeiro dia desse mês de Outubro de 1969, em Vila Nova de Famalicão, no seguimento de insistentes diligências levadas a cabo pelo então presidente da edilidade famalicense, Manuel João Dias Costa. À sua espera estava um corpo docente constituído por dez professores eventuais pertencentes aos 2º, 3º, 4º, 6º, 7º e 8º grupos e às disciplinas de Língua Francesa, Religião e Moral e Educação Física. Para coordenar toda essa comunidade escolar, fora nomeado vice-reitor o Arq. Roque Leite Pires. Tinha surgido, assim, em forma de secção, aquela que mais tarde viria a ser a Escola Secundária Camilo Castelo Branco.
Essa espécie de apêndice do Liceu Nacional de Sá de Miranda vinha suprir algumas carências a nível de instalações escolares da vila famalicense – onde só existia uma Escola Comercial e Industrial – ao mesmo tempo que propiciava a muitos jovens o prosseguimento dos seus estudos liceais, evitando, deste modo, deslocações incómodas e inconvenientes para os estabelecimentos de ensino particular das zonas limítrofes ou para os de outras localidades mais ao menos distantes.
Foi no Ex- Hospital que ficou instalada a Primeira Secção do Liceu Nacional de Sá de Miranda de Braga, onde continuou depois como Liceu Nacional de Vila Nova de Famalicão e mais tarde como Escola Secundária nº 2 de Vila Nova de Famalicão.
Autonomia
a 1 de Outubro de 1971
Tendo como paradigmas o dinamismo da zona envolvente e, concomitantemente, a energia das suas gentes, e acompanhando de perto o rápido crescimento demográfico do meio, depressa esse apêndice do Liceu Nacional de Sá de Miranda reivindicou os seus direitos de alforria e com tanta energia o fez que, passados três escassos anos após o seu implante, mais precisamente a 1 de Outubro de 1972, pelo Decreto-Lei nº 447/ 71, de 25 de Outubro, foi extirpado do corpo-mãe, transformando-se no Liceu Nacional de Vila Nova de Famalicão, agora com uma população estudantil que já ultrapassava o meio milhar de alunos e com uma vontade férrea de se afirmar autonomamente no meio. Funcionava, com trinta salas de aulas, nas instalações do ex-Hospital, sede actual da Universidade Lusíada, em Vila Nova de Famalicão. O corpo docente era, agora, constituído por cinco professores do quadro e trinta e um para além do quadro. O pessoal auxiliar e administrativo integrava sete funcionários, sendo Reitor o Dr. Casimiro da Silva Sousa e Directores dos 2º e 3º ciclos o Dr. Joaquim Custódio de Araújo Carneiro e a Dr.ª Maria Antónia Sousa Correia, respectivamente.
O CRESCIMENTO
O progressivo aumento da população escolar e a exiguidade das instalações do ex-Hospital obrigaram à ocupação, a partir de 1975 / 76, das instalações da Cadeia comarcã, entretanto despojada dos seus anteriores inquilinos. As condições de trabalho eram, como seria de supor, muito deficientes.
AS VICISSITUDES
A dispersão por diferentes instalações causava transtornos de vária ordem, até porque as mesmas não ofereciam as melhores condições de trabalho. Daí o legítimo anseio de se conseguirem novas e definitivas instalações.
Passando a cerca de 500 alunos em 1975/76, sendo 30 dos cursos complementares, houve necessidade de recorrer a outros espaços.
A Escola passou a utilizar as instalações da Antiga Cadeia até 1983/84.
A AFIRMAÇÃO
Em 27 de Abril de 1978, o decreto-lei n.º 80 / 78 determinava que todos os estabelecimentos de Ensino Secundário passassem a ter a designação genérica de Escolas Secundárias (estávamos na época das generalizações, das massificações…) e este Liceu Nacional passa, pois, a denominar-se Escola Secundária n.º 2 de Vila Nova de Famalicão, já que à Escola Comercial e Industrial de Vila Nova de Famalicão coube o n.º 1.
AS NOVAS INSTALAÇÕES
O contínuo crescimento da população Escolar, que chegou a atingir os 1700 alunos, impôs a criação de instalações de raiz para a Escola. A mudança para as novas instalações ocorreu em 1984/1985
Escolhido o terreno, que desde logo provocou acesa polémica por se situar numa área pantanosa e pouco salubre, começaram as obras de construção do actual complexo escolar. Porém, essas obras arrastaram-se preguiçosamente no tempo e foram feitas por etapas, à semelhança de uma prova de longo curso. Primeiro, um pavilhão de aulas …, depois a secção dos Serviços Administrativos, do Polivalente e da Cantina… e, após um longo período de repouso e de retêmpera, outro Pavilhão de aulas… Esta delonga obrigou a que, durante algum tempo, as actividades continuassem ainda a decorrer nas precárias instalações do ex-Hospital (as instalações da antiga cadeia tinham sido já abandonadas) e, simultaneamente, no novo edifício que, a custo, ia crescendo, mas que nunca chegou a ver a sua versão definitiva, porque do projectado e abortado pavilhão gimnodesportivo ficaram para a posteridade os balneários, enfezaditos por sinal, e o local onde supostamente deveria ser erigido o imponente salão das actividades desportivas. Também do prometido terceiro pavilhão de aulas continuamos a magicar nas suas salas amplas e airosas e no irrequietismo dos seus ocupantes do século XXI.
O BAPTISMO
No ano lectivo de 1985 / 86, o Conselho Pedagógico, presidido pelo Dr. Joaquim Custódio de Araújo Carneiro, foi convidado a pronunciar-se sobre a designação definitiva desta Escola. Após a apresentação de várias propostas, foi escolhido como patrono o grande romancista de Ceide, Camilo Castelo Branco, uma personalidade indelevelmente ligada, pela vida e pela obra, ao concelho de Vila Nova de Famalicão. No seguimento dessa deliberação, pela Portaria n.º 216 / 87, de 2 de Abril, a Escola Secundária n.º 2 de Vila Nova de Famalicão passa a designar-se ESCOLA SECUNDÁRIA CAMILO CASTELO.
UMA ESCOLA CULTURAL E HUMANA
A partir do ano lectivo de 2000/2001 a Escola tem apostado num Projecto Educativo que valoriza não só a componente do sucesso escolar e das actividades de complemento curricular mas também a do relacionamento pessoal e dos valores. Por isso, como metas principais estão neste momento definidas: valorização das relações interpessoais; promoção do sucesso escolar e transmissão de valores. Por outro lado, considerando também que estas particularidades e outras são uma mais valia para os alunos e utentes da Escola, que devem ser reforçadas e divulgadas à comunidade educativa e envolvente, foi definida, ainda, uma quarta meta: reforço da identidade da ESCCB.
História
Vice-Reitor
1969/70 | Arq. Roque Leite Pires |
1970/71 | Dr. Casimiro Silva Sousa |
1971/72 | Dr. Casimiro Silva Sousa |
Reitor
1972/73 | Dr. Casimiro Silva Sousa |
1973/74 | Dr. Casimiro Silva Sousa |
Presidente do Conselho Directivo
1974/75 | Dr. Manuel Felix Ourique da Silveira Dr. Joaquim Custódio de Araújo Carneiro |
1975/76 | Dr. Joaquim Custódio de Araújo Carneiro |
1976/77 | Dr. Joaquim Custódio de Araújo Carneiro |
1977/78 | Dr. Joaquim Custódio de Araújo Carneiro |
1978/79 | Dr. Joaquim Custódio de Araújo Carneiro |
1979/80 | Dr. Joaquim Custódio de Araújo Carneiro |
1980/81 | Dr. Manuel dos Santos Fraga |
1981/82 | Dr. Manuel dos Santos Fraga |
1982/83 | Drª Maria Augusta Alpoim |
1983/84 | Dr. Joaquim Custódio de Araújo Carneiro |
1984/85 | Dr. Joaquim Custódio de Araújo Carneiro |
1985/86 | Dr. Joaquim Custódio de Araújo Carneiro |
1986/87 | Dr. Joaquim Custódio de Araújo Carneiro |
1987/88 | Dr. Joaquim Custódio de Araújo Carneiro |
1988/89 | Dr. Joaquim Custódio de Araújo Carneiro |
1989/90 | Dr. Joaquim Custódio de Araújo Carneiro |
1990/91 | Dr. Joaquim Custódio de Araújo Carneiro |
1991/92 | Dr. Joaquim Custódio de Araújo Carneiro |
1992/93 | Dr. Joaquim Custódio de Araújo Carneiro |
1993/94 | Dr. Joaquim Custódio de Araújo Carneiro |
1994/95 | Dr. Joaquim Custódio de Araújo Carneiro |
1995/96 | Drª Elisa Vieira de Castro |
1996/97 | Dr. Jones Maciel Santos Silva |
1997/98 | Dr. Jones Maciel Santos Silva |
1998/99 | Dr. Jones Maciel Santos Silva |
Presidente do Conselho Executivo
1999/00 | Dr. Jones Maciel Santos Silva |
2000/01 | Dr. Jones Maciel Santos Silva |
2001/02 | Dr. Jones Maciel Santos Silva |
2002/03 | Dr. Jones Maciel Santos Silva |
2003/04 | Dr. Jones Maciel Santos Silva |
2004/05 | Dr. Jones Maciel Santos Silva |
2005/06 | Dr. Jones Maciel Santos Silva |
2006/07 | Dr. Jones Maciel Santos Silva |
2007/08 | Dr. Jones Maciel Santos Silva |
2008/09 | Dr. Jones Maciel Santos Silva |
Diretor
2009/10 | Dr. Joaquim Almeida dos Santos e Silva |
2010/11 | Dr. Joaquim Almeida dos Santos e Silva |
2011 | Dr. Joaquim Almeida dos Santos e Silva |
Comissão Administrativa Provisória
2011/2012 | Drª Elisa Vieira de Castro |
Diretora
2012 | Drª Maria de Fátima Fonseca Cerqueira |
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